terça-feira, novembro 01, 2005

A velha que voava!

Se alguém me perguntar se tenho medo de fantasma, vou responder que me cago toda de medo.
Não gosto de estórinhas macabras, lendas urbanas, filme de terror e acima de tudo, detesto aquelas brincadeiras de susto que rolam na internet.
Não gosto nem de ver as apariações do pai do Tião na novela.
Enfim... sou uma cagona de primeira em relação a alma penada.
Ontem quase morri em casa! Estava no meu quarto, quando minha filha Mayumi apareceu aos gritos.
Chorando e com o coraçãozinho aos pulos, disse que tinha uma velha voando na sala.
Acho que eu fiquei roxa, em pânico. Chamei a Samantha pra perto (sim... chamei, não tive coragem de ir buscar ela), e ficamos as 3 no quarto.
A Mayumi estava desesperada, pedia que eu fosse matar a velha, mas como matar se a dita já estava aparentemente morta?
Fui pra sala e não tinha nada... absolutamente nada! Nesse momento a Mayumi aponta pra parede, atrás de mim, com os olhos esbugalhados... arre égua, eu quase desmaiei. Senti aquele frio horroroso na barriga, como um soco na boca do estomago.
Me virei pronta pra correr, e dei de cara com a coisa!
Puta merda... eu tive vontade de estrangular minha filha!!! Era uma abelha! Uma simples e mortal abelha! A porra de uma abelha!
"Avelha"... abelha... entenderam o drama?
Passei o resto da tarde ensinando a menina a falar aBelha.
Criança deveria vir com teclinha SAP, seria de grande valia e me pouparia de um quase ataque cardiaco!
E pra colocar um ponto final na trama, hoje a menina fechou o dia com chave de ouro.
Ela sempre puxa conversa com meus clientes, é uma tagarela e tanto. Hoje ela puxou conversa com um casal... a mulher toda carinhosa, perguntou se ela já tinha namorado. A Mayumi toda-toda foi logo dizendo que não, pois ainda era criança. A mulher abraçou o namorado e disse que ela já tinha. A Mayumi não pensou 2 vezes, foi logo dizendo:
-Claaaaaaaaaro. Você é "aputa" (traduzindo: -Claro, você é adulta!)
Bem, não perdi a cliente... mas qualquer hora eu perco os dentes por causa dela!


[Ouvindo: Ode To My Family - The Cramberries ]

segunda-feira, outubro 24, 2005

Tum...tum...tum...

Ontem eu quase dei tilti.
Lá pelas 4 horas da tarde meu coração disparou, estava dirigindo e mal consegui pisar no freio. Minhas pernas ficaram moles, acho que a pressão caiu.
Me olhei no espelho, estava mais branca que o branco do olho.
Depois de alguns segundos a coisa parou.
Até chegar em casa a coisa se repetiu indefinidas vezes. E assim até o anoitecer.
Quando não suportei mais a falta de ar, a dor no peito e tontura, pedi ao meu marido que me levasse ao médico.
Médico japones tem um único e grande defeito... é ruim aos extremos.
De cara o médico fez um eletrocardiograma. O gráfico ficou parecendo os desenhos da Samantha.
Esticou meu braço, e torceu meu pulso até o bichinho ficar roxo... mai gódi, minha tendinite!!
Furou meu pulso 4 vezes para tentar tirar sangue e não conseguiu. Não contente o médiCUzinho me fez deitar, e apenas avisou que ia doer... munido com uma enfermeira 4X4 e uma seringa de 3 metros na mão, abaixou minha calça e espetou a merda da seringa na minha virilha! Santo Deus, como doeu!!!
Nessas o meu coração já ia a 500 por hora, mal conseguia falar tamanho era a palpitação. Tremia, parecia uma idosa com mal de Parkinson.
Depois sumiram do quarto, e com um fiozinho de voz, pedi ao médico que chamasse meu marido.
Puta que pariu, eu não conseguia levantar da cama. Minha perna adormeceu, o nervo da virilha parecia ter partido ao meio.
Depois de 10 minutos a enfermeira voltou ao quarto com um saco de papel na mão. Literalmente a besta-fera colou o saco na minha cara, e mandou eu respirar. No começo tudo bem... depois de 5 minutos, aquilo começou a me sufocar. Foi me dando vontade de vomitar, meu coração quase pulou pela boca. Fiquei sem ar! Cacete... por mais que empurrasse a mulher, mais ela empurrava o saco na minha cara. Entrei em desespero. Até que a jumenta segurou minha nuca. Me senti em um filme policial, onde o bandido era aquele ser vestido de branco, e a vítima era EU!
Meu marido finalmente percebeu meu desespero, e mandou a mulher parar. Arranquei o troço da minha cara... nossa, senti a vida voltar para meu corpo.
O médico disse que eu ando respirando demais. É muito oxigênio no sangue...
Ainda queriam me manter em observação. Minha filha tããããão inocente, só sabia dizer: "Mamãe, vc tá dodói. Tem que ficar no hospital." Putz... até minha filha queria me ver pelas costas. Dodói eu iria ficar, se continuasse naquele hospital.
Nem preciso dizer que voltei pra casa. E ainda cobraram 3.500 yens pela "consulta".
Na ida para o estacionamento fui me lamentando...
"Não acredito... vim ao médico para me sentir melhor, o filhodaputa me torceu o pulso, fudeu com minha virilha e quase me mata asfixiada... E o pior, me manda respirar menos."
Cheguei na porta do carro sózinha. Olhei pra trás e o infame do meu marido, estava escorado em uma árvore rindo até morrer da minha desgraça.
E agora?? Tô em casa, com medo de respirar. Dando bocejos miúdinhos, evitando espirrar. Já pensou se eu preciso voltar ao hospital? Se é pra morrer sem ar, prefiro morrer em casa mesmo.
Ah... e a palpitação? Passou. Tô pronta pra outra.

Té mais!

[Ouvindo: Everybody Hurts - The Corrs - MTV Unplugged (05:43)]

terça-feira, setembro 20, 2005

Posta, bosta!

Tem 2 semanas que estou tentando postar algo aqui.
As vezes sinto saudades, do tempo de preguiça... quando a única obrigação que eu tinha era estudar e tirar boas notas.
Hoje em dia é conta pra pagar, criança e marido pra olhar, comida, roupa suja, cachorro louco dentro de casa! AHHHHHHHRRGGGG!!!

Aquele meigo, fofo e doce Beagle que eu apresentei aqui, está fora de controle.
O guaipeca já comeu os pés das cadeiras, roeu o colchão da cama da Samantha, roeu todos os chinelos, literalmente comeu o prato de comida dele, o pratinho da água e o banheirinho azul de ursinhos.

Esses dias voltei tardão pra casa. Cansada e emputecida com um cliente prego. Na porta do elevador já senti o cheiro...
Um cocô big logo na entrada da porta. E uma poça de xixi dentro do meu tênis.
Depois se a gente mata uma fera dessas, o povo sai quebrando o pau! Esse cão é o CÃO!
Se já não bastasse tudo que ele destruiu dentro de casa, ele cavou um buraco na tela de proteção, da porta da varanda. Rasgou uma caixa que tinha sapatos velhos, e destruiu tudo! Tinha pedaço de sola de sapato no segundo andar.
Sair pra passear é um filme de terror... ou ficção talvez.
É ele que me leva pra passear. É ele que escolhe o que quer fazer, e onde fazer.
Hoje ele encontrou um menino rodando um pião e ficou louco. Dava pulos de 2 metros do chão.
No elevador derrubou uma criançinha no chão, e lambeu lá dentro da boca da menina.
Cachorro miserável!!! Se eu não gostasse tanto dessa praga, já tinha afogado.

Não era nem sobre o cão que eu ia postar...
Mas percebi que tá faltando um pedaço do meu Mouse. Esse cachorro me tira até a inspiração!

Desisto... fui!

terça-feira, julho 19, 2005

Insone...

ZZZZzzzzz...
Praticamente um zumbi... se depender da minha aparência, ganhava fácil uma vaguinha no filme Resident Evil.

Amanhã é dia do amigo! E hoje já recebi trocentos e-mails com esse assunto.
Só acho que esse dia precisa ser comemorado, não só por meio de letras, mas sim com um sincero abraço em amigos verdadeiros.
Amigo é coisa rara. Muitos vem, mas poucos ficam na vida da gente. E são esses poucos que fazem a gente acreditar na amizade eterna!
Tem uns versos que eu escrevi a alguns anos atrás. No primeiro Dia do Amigo do meu blog, isso há uns 3 anos atrás.
É meu blog já tem uns 3 anos, sim!
Os versos são esses:

Aos meu amigos virtuais
Antigamente quando tudo
parecia ruir sobre minha cabeça
Quando todas as lágrimas
rolavam pela minha face
Quando todos meus sonhos
eram enxugados na manga da camisa.
Me isolava a procura do silêncio...
Um certo dia uma máquina
entrou pela minha porta,
A principio estranha e inérte...
Parecia uma televisão, mas que
mostrava apenas o que eu queria ver.
Um dia essa máquina ganhou
poderes de viajar pelo mundo.
Continuava inerte, mas me levava
por mares nunca antes navegados.
Conheci mundos, conheci culturas,
conheci a primeira sala de bate-papo.
Reencontrei amigos do passado,
reencontrei parentes,
Reencontrei lugares
que a muito tempo não visitava.
Reencontrei a vontade
de fazer novos amigos.
E nessas andanças,
encontrei você, meu amigo!
Que na maioria das vezes,
não conheço a sua face,
não conheço sua voz,
Não conheço suas manias,
muito menos suas riquezas.
Esse amigo especial, que chega
de mansinho e que faz falta quando some.
Que me faz rir e que me faz chorar,
Aprendo e ensino,
Falo e escuto,
Aconselho e sou aconselhada...
A você meu amigo,
que me deixa entrar em sua máquina
Com mil problemas,
ou com mil alegrias.
A você amigo, que se permite compartilhar
dos meu sonhos, tristezas e loucuras,
A você amigo, que ainda não conheço,
e talvez nunca vá conhecer,
A você amigo, que já conheço,
mas não vejo mais,
A você amigo,
que já conheci e adorei.
Dedico toda alegria que
essa máquina me traz hoje!
Você é um ser especial,
que nossa amizade seja forte
Abençoada pela nossa madrinha Internet.

É de minha autoria, siiiiiiimmmm!! Caraca... recebi trocentos e-mails com esses versos, e no final... o maldito "autor desconhecido"!!
Caralhos múltiplos!! É de ficar puta da vida, ou não?
Autor desconhecido é a mãe do filho duma égua que copiou meus versos, e enfiou o nome da mãe no final!
Teve um cara de pau de Antunes sei lá das quantas, que assinou isso como sendo DELE!
Neguinho parido de quatro deveria ser sacrificado após o parto!

Não julgo quem recebe e passa adiante. Eu julgo quem vem aqui, copia e cola minhas frases, versos e o caraleo a quatro, e sai por aí metendo o autor desconhecido onde não é chamado.
O "desconheço o autor" é completamente tolerável! Mas autor desconhecido? Tenho a impressão de já estar morta, enterrada e não ter deixado vestígios da minha existência!

Tenho mil versos em um diário, que venho escrevendo des dos meus 12 anos de idade. Alguns até hoje me surpeendem. Fico imaginando como uma porra loca como eu, fui capaz de escrever tais coisas.
Um dia publico todos meus versos e estórias, registro e meto o pau no folgado que vier copiar e ignorar o autor.

Enfim... Feliz Dia do Amigo pra vocês, meu amigos queridos, únicos e eternos! Amo vocês!
Beijão xx

sábado, junho 04, 2005

Fui eu não, Madrinha...

E depois dizem que a tv não influencia as pessoas... afe.
Mentira das grandes...
Hoje eu fui até uma loja de produtos brasileiros, e reparei que o povo tá muito antenado nas novelas.
Primeiro uma moça fala gemendo pro namorado... -Ai, mo... tô varada de fome!
Depois um grupo de doentes, adentra o recinto vestindo calças jens justas, botinas, camisa quadriculada e uma chapelão na cabeça.
Só faltou o Tião entrando pela porta, montado num boi bravo.
Que visão do inferno...
Quer dar uma de peão logo aonde? No Japão? Faça-me o favor... aqui o máximo que neguinho vai conseguir montar, é numa bicicleta!

E seguuuuuuuuuura, peão... minha TPM tá me matando hoje.
Me peguei encarando uma velhinha de mais de 70 anos, por que a dita cuja estacionou o carrinho de compras, em cima do pé.
Disputei um danoninho, com um garotinho de não mais de 3 anos.
E fui super estúpida, com a mocinha que tava vendendo Natura na frente do The Amigos.
Eu tenho trauma de Natura... por acaso, alguém se lembra do caso das sementes de buriti? Pois eu esqueço sempre que posso.
A mocinha me dizendo que o tal creme fazia maravilhas, pra gordura localizada...
Vamos ao diálogo?
Mocinha simpática: A senhora (senhora?! Fala sério, né?) não gostaria de dar uma olhada nos produtos?
Eu: É Natura? Ah, sei não... já tive péssimas experiências com esse trem aí.
Mocinha simpática: Verdade? Incrível! Eu sempre uso e me sinto bem com eles. Por exemplo, esse creme é fantástico pra gordura localizada.
Eu: Ah, mas no meu caso só lipoaspiração, mesmo. Tô praticamente uma obesa!
Mocinha partindo pra antipatia: Ah... mas você não está tão gorda, assim. (Obrigada!!) Pra você ter uma idéia, as pesquisam revelam que os obesos tem dobrinhas por todo o corpo.
Eu: Dobrinhas?
Mocinha chata: Sim... como as dobrinhas dos bebês. E pelo que posso notar, você não tem nenhuma dobrinha no seu corpo.
Eu: Ah, tenho dobras sim!! Sou praticamente um origami.
Mocinha insuportável: ... ... ... ...
Eu: Deixa pra uma próxima, ok?

Descobri que todo vendedor que usa as palavras: pesquisas revelam, fantástico, senhora, incrível... é uma baita de um exagerado. De hoje em diante, quando alguém me abordar pedindo pra eu ver algo incrível, vou olhar para o céu, e espera da aparição de algum santo, ou alma penada.

Manhêêêêê... manda uma lote de Prozac pra mim! E manda por sedex, que esse mês até o cão já levou esculacho...

quarta-feira, maio 18, 2005

Novinho em folha!

Novo membro da família!
Sou mamãe de novo!!






Ele não é lindo?
Beagle macho, com 1 mês e 18 dias.
Chama-se Lupy. Foram as meninas que batizaram ele. Lupy, é como elas chamam o Snoopy, e como o Snoopy é um Beagle... enfim, Lupy.
Outro clima para a casa, que estava em completo tédio e rotina, rs.
As fotos estão feinhas, pois as tirei com a webcam. E o "modelo" da foto, não colaborou muito nos closes.
Tá apresentado, rs.
Té mais...

PS: Ainda não agradeci meus lindos amigos que me parabenizaram pelos meus 27 anos. Vcs são lindos, e merecem tudo em dobro!
27 anos não é para se comemorar... mas, vocês foram lindos por lembrar! Obrigada!!

sexta-feira, maio 13, 2005

Alô, alô... testando...

Vontade incontrolável de reativar o Blog.
Dane-se tendinite! Não me curo nunca... arre égua! Cansei desse marasmo.
A palavra "atualizar" vive na minha cabeça. Tô vendo meus amigos se afastarem, não por decisão deles, mas pela minha própria ausência.

Estou passando por uma fase tão boa na minha vida. As coisas estão dando certo. O tempo está esquentando. O clima está diferente, minha forma de pensar mudou completamente.
Mexendo em albuns antigos, descobri que fui a pessoa mais tosca da face da terra! Até certo ponto da minha vida, fui uma burra! Que ouvia e aceitava tudo, sempre quieta. Foi assim, no meu primeiro casamento. Completamente neutra e alienada de tudo.
Em outra fase, fui rebelde. Querendo chamar a atenção a todo custo. Tive amizades ruins, tendo até uma experiência (muito ruim) com drogas.
Todo rebelde precisa dizer que já fumou maconha e etc... Eu não fui diferente, e só me danei com isso. Passei mal horrores. Vomitei a noite inteira.
Bom... como rebelde não dei certo. Fui o fiasco do ano de 2000.
Então, conheci meu atual marido. Foi dureza, me tornar novamente, uma simples dona de casa.
Não me considero um exemplo de esposa, de mãe, de filha. Me considero apenas EU! Com meus altos e baixos, defeitos e qualidades. Com tendinite ou sem tendinite...
Sempre fui explosiva e defendi meus conceitos. Sempre tive a minha própria personalidade... difícil as vezes, mas minha.
Tem amigos que dizem, que não me imaginam tendo um ataque de nervos, mas eu tenho! E como tenho.
Sou gentil e tento sempre ser simpática, mesmo quando não vou com a cara de alguém. É... tenho disso também.
Estou sempre tentando agradar. Não sei o porque disso, mas me faz muito bem ser útil pra quem eu gosto. Adoro poder ajudar.
Nunca estou satisfeita com as coisas que faço. Depois de prontas, sempre tenho a certeza que não ficou bom. Insegurança, talvez. Perfeccionista? Não...
Sou simples! Vou ao mercado com chinelos, e o cabelo sempre preso. Roupas? Quanto mais baratas melhor. Não sou pão-dura. Bem pelo contrário! Gostaria de gastar bem menos. Mas sabe como é... Economizo comigo, para sobrar para meus filhos e marido. E com eles... eu sou muito consumista.
Compro uma porrada de cremes também... mas não uso nenhum. Mais 3 anos e chego nos 30, e isso me apavora um pouco... não, me apavora muito!!

Tá... e e qual o motivo de estar falando tanto de mim? Simples! Hoje eu descobri que eu cheguei até aqui. E sabem como eu consegui?
Acreditando em mim. Acreditando que o mundo "não" é perfeito, e que todas as pessoas "não" são felizes.
Acreditando que até meus defeitos, podem sim, se tornar qualidades. E acima de tudo, me aceitando do jeito que eu sou.
Pra que mudar? Se vou levar toda a bagagem comigo?

Pra quem não entendeu nada do que eu disse... deixa pra lá. Nem eu me entendo as vezes.
Acontece que estou de volta. Cheia de defeitos, mas com uma vontade enorme de recomeçar!
Beijos e até a próxima...

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Estou viva!

Esse último post rendeu, hein?
Recebi tantos e-mails de amigos, e leitores que nunca apareceram nos comentários.
Obrigada pelo apoio, galera!
A audiência foi... digamos que boa.
Acabamos encontrando o antigo advogado, que acompanhou todo o caso conosco, e nos desejou boa sorte pois o caminho será longo.
Ok... sem problemas! Não tenho pressa, mesmo.

Vou ficar ausente do blog por um tempo.
Estou com tendinite, e em tratamento.
Até melhorar, esse blog abandonado vai ficar mais abandonado ainda.

Até a volta.
Beijão!!

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Primeiro de muitos...

Hoje meu marido assina os papéis, para começar o processo que estamos movendo contra o estado e a polícia japonesa.
Já faz 4 anos, mas parece que foi ontem.
Tanta injustiça, medo, sofrimento e preconceito que passamos.
Não sei se dinheiro paga os 6 meses que perdemos de vida. A gravidez da Mayumi que passei sózinha. E os traumas que carrego no coração.
Sempre que Natal e Ano Novo se aproximam, meu coração bate apertado.
Todo aniversário da minha sobrinha, me dá vontade de chorar.
Por que eu não estive presente no primeiro aninho dela? Por que não comemorei aquele natal de 2000?
Por que? Por que no dia 9 de dezembro de 2000, eu estava grávida de 2 meses da minha filha.
Meu marido foi preso, acusado de tentativa de homicídio contra um japones.
Watanabe Massanori, 22 anos na época. Prestou queixa contra meu marido, depois de uma briga, e alegou que fora esfaqueado no peito, na mão e na bunda. E o portador da faca... meu marido.
No mesmo dia, na delegacia, meu marido também foi esfaqueado por uma amigo do que se dizia vítima.
Foram 6 meses de prisão.
Várias sessões de julgamento, que apenas serviram para provar quem estava mentindo na estória.
A "vítima", no dia do ocorrido, foi socorrido por 2 hospitais diferentes. Ambos com nome falso, e em horários diferentes.
Primeiro, a meia-noite, ele deu entrada no hospital de Bisai para dar pontos na bunda.
A briga entre eles ocorreu ás 24:40.
Pensei que essa série de fatos mal contados, fosse o suficiente para abrir os pequenos olhos daqueles 3 juizes.
Durou muito mais... meses que via minha barriga crescendo, o bebê se mexendo... e sózinha.
O promotor... esse era um caso a parte. Arrogante, prepotente. Demontrou estar participando de um game, um jogo, como ele mesmo disse.
Fomos manchete de jornal, notícia de tv. Alardes e mais alardes contra o estrangeiro que tentou contra a vida de um japones.
Finalmente em Outubro, meu marido já em liberdade, foi absolvido por unanimidade. Provas? Essas nunca existiram.
Evidência, tão pouco.
Existia, sim, um clima de conspiração no ar. PRECONCEITO!
Brasileiros, nós não passamos de mão de obra nesse paíz! Direito nenhum, mas obrigações muitas.
Pagamos nossos impostos, mas não somos protegidos pela lei.
Somos culpados, até que provem o contrario!
A primeira vista, somos ladrõs, bandidos, favelados.
A segunda... até que são gente fina.
Não sei se isso um dia muda, mas apesar da primeira indeninazação que recebemos, uma quantia de quase 2 milhões de yens, vamos correr atrás da roupa suja sim!
Processando esse estado hipócrita, e essa polícia deplorável, que só funciona para os seus.
Japão, que boas lembranças levarei de você o dia que te deixar?
Se não boas lembranças, levarei o nome do meu amado marido, como o primeiro brasileiro a ser inocentado e indenizado, nesse paíz medíocre.
Hoje é o primeiro passo de muitos!