segunda-feira, outubro 24, 2005

Tum...tum...tum...

Ontem eu quase dei tilti.
Lá pelas 4 horas da tarde meu coração disparou, estava dirigindo e mal consegui pisar no freio. Minhas pernas ficaram moles, acho que a pressão caiu.
Me olhei no espelho, estava mais branca que o branco do olho.
Depois de alguns segundos a coisa parou.
Até chegar em casa a coisa se repetiu indefinidas vezes. E assim até o anoitecer.
Quando não suportei mais a falta de ar, a dor no peito e tontura, pedi ao meu marido que me levasse ao médico.
Médico japones tem um único e grande defeito... é ruim aos extremos.
De cara o médico fez um eletrocardiograma. O gráfico ficou parecendo os desenhos da Samantha.
Esticou meu braço, e torceu meu pulso até o bichinho ficar roxo... mai gódi, minha tendinite!!
Furou meu pulso 4 vezes para tentar tirar sangue e não conseguiu. Não contente o médiCUzinho me fez deitar, e apenas avisou que ia doer... munido com uma enfermeira 4X4 e uma seringa de 3 metros na mão, abaixou minha calça e espetou a merda da seringa na minha virilha! Santo Deus, como doeu!!!
Nessas o meu coração já ia a 500 por hora, mal conseguia falar tamanho era a palpitação. Tremia, parecia uma idosa com mal de Parkinson.
Depois sumiram do quarto, e com um fiozinho de voz, pedi ao médico que chamasse meu marido.
Puta que pariu, eu não conseguia levantar da cama. Minha perna adormeceu, o nervo da virilha parecia ter partido ao meio.
Depois de 10 minutos a enfermeira voltou ao quarto com um saco de papel na mão. Literalmente a besta-fera colou o saco na minha cara, e mandou eu respirar. No começo tudo bem... depois de 5 minutos, aquilo começou a me sufocar. Foi me dando vontade de vomitar, meu coração quase pulou pela boca. Fiquei sem ar! Cacete... por mais que empurrasse a mulher, mais ela empurrava o saco na minha cara. Entrei em desespero. Até que a jumenta segurou minha nuca. Me senti em um filme policial, onde o bandido era aquele ser vestido de branco, e a vítima era EU!
Meu marido finalmente percebeu meu desespero, e mandou a mulher parar. Arranquei o troço da minha cara... nossa, senti a vida voltar para meu corpo.
O médico disse que eu ando respirando demais. É muito oxigênio no sangue...
Ainda queriam me manter em observação. Minha filha tããããão inocente, só sabia dizer: "Mamãe, vc tá dodói. Tem que ficar no hospital." Putz... até minha filha queria me ver pelas costas. Dodói eu iria ficar, se continuasse naquele hospital.
Nem preciso dizer que voltei pra casa. E ainda cobraram 3.500 yens pela "consulta".
Na ida para o estacionamento fui me lamentando...
"Não acredito... vim ao médico para me sentir melhor, o filhodaputa me torceu o pulso, fudeu com minha virilha e quase me mata asfixiada... E o pior, me manda respirar menos."
Cheguei na porta do carro sózinha. Olhei pra trás e o infame do meu marido, estava escorado em uma árvore rindo até morrer da minha desgraça.
E agora?? Tô em casa, com medo de respirar. Dando bocejos miúdinhos, evitando espirrar. Já pensou se eu preciso voltar ao hospital? Se é pra morrer sem ar, prefiro morrer em casa mesmo.
Ah... e a palpitação? Passou. Tô pronta pra outra.

Té mais!

[Ouvindo: Everybody Hurts - The Corrs - MTV Unplugged (05:43)]