quarta-feira, dezembro 01, 2004

O tempo não para...

Meu décimo Natal no Japão.
O tempo te sido implacável, e não perdoa mesmo. Passou voando, e nem tempo para pensar na vida consegui.
Esse ano tive uma grande perda... aliás várias perdas. Cheguei a me considerar uma derrotada.
Mas como sempre, dei a volta por cima, e algo me diz que 2005 será um bom ano.
Esse ano eu havia voltado a trabalhar... mas com filhos pequenos, nem sempre dá certo. Desisti... deixa para o ano que vem.
Comeci mil dietas... mas também... deixa para o ano que vem!
Essa época do ano deixa qualquer dekassegui meio depressivo. Japoneses não comemoram o Natal.
Natal é uma data comercial, onde os donos de lojas, enchem as turras de dinheiro.
No primeiro Natal que passei aqui, convidamos um casal de amigos, a Márcia e o Beto, para a ceia.
Crente que seria um festão, o casal traria até um peru! Tudo perfeito, até me deparar com o peru... era um pintinho! Não sei como tiveram coragem de abater o penoso.
No ano seguinte, já estava conformada de dormir cedo, e não ver o Natal chegar. Para minha surpresa, no dia 24 a noite nevou! E nosso chefe, o Magrão, carinhosamente apelidado por sua postura de cabide, apareceu com sorvete Hagen-Daz. O pobre nem sabia o significado do natal! Achava que era aniversário do Papai Noel... afe...
Nos anos seguintes já tinha meu filho... agora a festa tinha que ser dele, e não nossa.
Se foi bom ou não... não sei. Fiz o melhor possível.
Esse ano, andando em uma loja de departamento, encontramos um Papai Noel japones. Corri com minhas filhas até o bom velhinho para tirar fotos... mas... não sei o que deu nelas! Pareciam bacon na chapa quente. Quase derrubei as 2. Fugiram!
Fiquei com cara de tacho... e o papai noel perguntando: Daijoubu desu ka? (Está tudo bem?)
Não... não estava tudo bem. Me senti uma carrasca, levando os condenados até a guilhotina.
Nesse mesmo dia, encontramos uma máquina da Hello Kitty que fazia pipocas. Mais uma vez, corri comprar as ditas pipocas.
Aquela Hello Kitty parecia que estava com o demo no corpo! Arregalava os olhos e gritava : Mou sugo, dayô!!
Mais choradeira... e pipocas jogadas em um canto do carro.
Tempo... seja implacável e passe voando! Sou uma péssima mãe... desejo que meus filhos cresçam logo!
Só não faça eles me assustarem futuramente, com tatuagens gritantes, argolas no umbigo, e coisas do gênero!
Não serei forte o suficiente! Eu sou c-a-r-e-t-a!!

Nenhum comentário: